A ordem dos fatores não altera o produto.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Pra que todo esse dilaceramento? Feito gelo e fogo. Não, isso não é uma crônica, tampouco seja alguma coisa. É um amontoado de letras, sílabas, palavras, sendo extraídas daquele lugar em que os tempos andam difíceis. Embora tu te ocupes dessas tantas e corriqueiras atividades do dia a dia ou consuma afoito algum tipo de arte, pra tentar suprir e escapar de ti mesmo, há situações pesadas ou inertes.
...
Ouve! Coração cansado demais pra ser sentato. Há muito mal-entendido, e foi-se o tempo de querer explicar. Tu deves cuidar-te sempre e da tua consciência. Isso não é tudo, porque veja bem: tu até tenta... Sabe o que está faltando e o que precisa. E que tudo está perdido, mas que nem sempre.
... 
Então tu vais sentar à sombra, quase à tardinha, e lembrar-te da vida. E tu descobres que esse vento morno, talvez seja capaz de levar tudo embora (quisera eu!). Tu és um peregrino, e na verdade, tu estás sempre meio sozinho na estrada. Mas tu ainda corres o risco, porque gosta, sabe como é. Uma boa dose de solidão e quietude viva. Ver o nascer de cada dia e ouvir cada elemento que está lá, na estrada, pulsando. Cada beleza discreta, e também verdades cruas.
...
Já nem sei mais o que sou
Se existo
O que existe?
Se tu existe
Eu sou?
Se sou o nada
Tu és também
Logo, tudo é nada
Então há uma ordem natural
Não se assuste
Se o tudo virar nada
Mas
A gente tem essa mania
De querer nadar contra a corrente
Ou contra o nada
Que é tudo.

Pense e exista.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Tenho passado por maus momentos, crises e dias que fico muito entristecida, pelos mais diversos motivos. Gostaria de compartilhar algumas reflexões que tive, após alguns desses momentos.
Nós, quanto humanos, somos seres falhos, a perfeição fica a cargo dos deuses que acreditamos (ou não). Eu mesma, ou você aí, tendemos a fazer julgamentos a terceiros, com ofensas e afins, um vício que, infelizmente, nos é comum. E nessa desenfreada tentativa de apontar erros alheios, ou diferenças que vemos com maus olhos, deixamos de lado alguém que é muito mais importante e muitas vezes muito mais errôneo que o outro ser que está sendo pesado em nossa balança muitíssimo bem calibrada de moral: o Eu.
Está faltando autocrítica, está faltando compreensão, está faltando um amor para com o mundo, um amor não no sentido romântico, e sim, aquele sentimento que nos torna grandes e simples por saber olhar o outro, como sendo um de nós. Saber olhar o outro e ver sua magnitude e principalmente, suas fraquezas.  E sua magnitude nas fraquezas.
Quem nunca foi jovem? Quem nunca se apaixonou pela pessoa errada? Ou machucou quem ama? Quem nunca teve gostos duvidosos no passado pelos quais hoje se envergonha? Quem nunca foi preguiçoso e perdeu alguma oportunidade? A lista é infindável, meus caros.
Claro, existem pessoas boas e pessoas más, essas últimas tornaram-se más, creio eu, pela falta de humanidade e egocentrismo causando ações sucessivas que fazem mal a si mesmos e aos outros. Tento, nessas minhas reflexões de agora, fazer com que haja mais amor em mim e olhos e palavras e atos que possam causar o bem aos que me cercam. E mesmo assim, tenho aquele meu lado podre, que, por mais que eu mude e amadureça, sempre fará parte de mim, sempre haverá um “novo lado podre”. E com você também é assim. Essa dualidade nos faz humanos. Cabe a todos, fazer com o que o nosso lado bonito seja mais pesado na balança. Na nossa balança primeiro, pra depois deixarmos a balança do mundo influenciar.
Já fui (e sou ainda, às vezes) tola ao ponto de deixar que a balança do mundo exerça poder mental sobre mim. Então, preciso refletir. Eu conheço (tento, ao menos) a minha essência e meus valores. Preciso exercer mais a autocrítica, do que a crítica. Preciso ser alguém melhor.
Agora, questões comportamentais-pessoais, estão fora de questão!!! Nem todos tem um amor eterno pra sofrer (ou não), nem todos gostam de filmes do Woody Allen. Nem todos reagem da mesma maneira nas mesmas situação. Nem todos acertam de primeira (Alguém acerta de primeira, queria saber?). Por eu acreditar ser melhor que alguém em determinado aspecto, isso não me dá o direito de julgá-lo. A vingança nos faz míseros. Eu não sei o que ele pensa, eu não sei o que ele sente, e esse mundo sensorial que temos aí, nos prega muitas peças.
Por mais clichê que tenham sido essas minhas reflexões, são ideias que nunca saem de moda, e necessitam ser absorvidas, pois as deixamos de lado e tornamo-nos frios.  Também deixo claro, que isso é a minha verdade, mas aquela verdade em que você acredita, é mais certa e faz mais sentido pra você. Os resultados, a vida nos mostra. Mas tente, erre, faça e viva.

Repouso.

domingo, 20 de novembro de 2011

Eu não conseguiria precisar quando exatamente que tudo virou do lado do avesso. Tô falando de mim, tu já tinha mudado as coisas de lugar, e quando cheguei em casa, o meu retrato já havia sido derrubado. E substituído. Confesso, perdi o chão e as estrelas. Até que, minha perspectiva se transformou. Não entendo também o que há agora. Tá machucando, mas não haverá mais protesto. Ouvirás apenas o som do silêncio. Se as lágrimas caírem, não me culpe, nem tente saber o porquê. Elas ainda não secaram. Assim como tu repousa tão manso em meus devaneios, exatamente do modo como te vejo e diferentemente do modo como te olho agora. Compreende? Eu sei que algo se quebrou depois daquela última conversa, embora teu abraço tivesse o mesmo acalanto de sempre, depois disso eu sei que se quebrou. Vá, procure tua paz. Eu encontrarei a minha. Não adianta mais fingir que conseguiremos ser os melhores amigos. E o próximo ato? Não tem grand finale. O palco é o mesmo. As cortinas devem ser fechadas, até a outra peça começar.

Desconstruindo Augusto.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"O expediente já acabou faz algum tempo no escritório de meu pai. Aquele café amargo que tanto gosto à meia luz de minha sala Jokerman nos últimos versos saindo do Ipod eu Augusto aqui jogando essas palavras falsa sensação de tudo em seu lugar contrastando com a mente inquieta coração afobado-cansado-mutilado lágrimas brotando. O Direito, a Advocacia não me satisfazem, essa é uma das minhas escolhas (?) erradas. Ainda considero o escritório um tipo de lar, admitindo muito à contragosto que isso se deve pricipalmente à ela. Ela... Quinto semestre no curso tradicional na família, 'tu não deve fazer outra coisa, garoto, teu futuro tá garantido', e eu querendo cursar Letras, especializar-me em Literatura. Talvez se eu não estivesse aqui, não a teria conhecido. Talvez fosse um alívio não conhecê-la. Não entrarei nos pormenores daquilo tudo & lindo que tivemos, o que sei é que agora a amizade dela me dói e que ainda a amo. E já tentei fazer isso parar, o amor, e faz tempo e não sai. Eles e eles, qual escolher? Pensamentos muito opostos. Preciso deles todos. Isso me enlouquece. Meu rendimento no estágio e faculdade estão mais baixos que minha moral com alguns d'eles. Estou inconstante demais, além dos limites da 'inconstância natural de Augusto'. Quero e tenho medo de algumas libertações. Não há quase nada e não sei como proceder no agora, que dirá daqui pra frente. Não abandonar as raízes, continuarei sofrendo? Ou perder, mas talvez renovar-se, à la sair meio sem rumo, irá aliviar-me e terei aquela felicidade constante novamente? Minh'alma geme, soluça, clama. Pelo menos exorcisei-me, a um grosso, porém real modo, nessas palavras. Basta. (Por enquanto)."

Alice, Alice, Alice...

sábado, 12 de novembro de 2011

Alice ali enroscada no sofá com uma expressão tão singular quanto seus olhos castanhos. Fico a observá-la por um tempo. Lhe pergunto: “Quê tu tens, guria?”. Me olha séria e encabulada: “ Tu deve saber, de fato”. É, eu sabia, sei, conheço Alice como ninguém.
Desde pequena vivendo num universo tão... Alice... Doce, surrealista, agarrada a si mesmo e à tudo que acreditava dar cor aos seus dias. Alice nem cresceu tanto, pra dizer a verdade, mas sua alma tão limpa, já deu sinais de mudança. De realidade terrena e crua e visceral e carnal.
Alice tem seus dias bonitos, em que brinca com alguma criança, ou se encanta em ficar parada olhando pro horizonte da varanda da casa dela.  Não sabe se deixa o cabelo crescer ou se a vida é tão diferente do cinema.
Na cidade que não pertencia – nem ela, nem eu - lhe surge um certo Miguel. Enigmático, complexo, metafórico, irônico. Um Bob Dylan pra ela. Obviamente, Alice morre de amores.
As reviravoltas, confusões, medos lhe atormentam tanto ultimamente. Já nem sabe se e pra onde correr.  A mãe dela não sabe se a deixa ir, muito menos o que ocorre com ela.
Já perdeu o Miguel, já perdeu alguns amigos, já perdeu a fé.
Então ela decide – por ora.
...
Eu sei porque tu tá assim
Alice, Alice, Alice...
Pega tuas roupas
Algumas fotos
E um pouco menos de lembranças.
Fuja.
Alice, Alice, Alice...
Alguém como tu,
Pode ser eu,
Pode ser ela,
Minha mãe ou minha filha.
Alice, Alice, Alice...
Para de chorar
Vai redescobrir teu Sol particular
Vai te alegrar
Apenas
Por ser a Alice.