(Gostaria de dizer que não fico à procura da desventura - ou cegueira, loucura, o que for. Eu tenho enxergado muito bem ultimamente. Tanto, que vejo vermes, fungos na natureza bela que cria ser intacta e pura e que me fazia tão bem, era meu berço. Agora, essa podridão está me infectando, me fazendo murchar, pois consegue percorrer caminhos tão profundos do meu ser. Oh... Renasça!)
...
Você não tem outra saída. Caminhe pela noite profunda, coloque o bálsamo da ternura em suas feridas, anestesie a dor que não cessa. O efêmero sempre se vai, mas tem marcas que não podem ser apagadas - e não serão. Elas lhe guiarão. Continue caminhando - logo o dia virá - lembre-se do motivo do riso e enxugue o pranto. Pare. Serene a alma e deixe-se levar pelos braços de Morfeu.
...
Amanheceu! Ouça! Está tocando a canção. Outra vez. Tenho certeza que lembra-se dela. O refrão ecoava em seus sonhos. Abra os olhos agora, lentamente. Viu como tudo voltou ao seu lugar? Sinta o amor. Sinta a quietude. Sinta o calor. Seus olhos estão marejados - e desta vez é lindo. Você está em casa, novamente. Não pode mais fazer mal, o que é do bem. É a aurora dos seus dias gloriosos. É o começo do florescer...
Variações sobre um mesmo tema - n° 1.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Sentados frente a frente, desfrutando do prazer daquela amizade, que nada doía. Compartilhavam tudo e assim lhes parecia mais fácil, pois estavam no mesmo barco. Eis que segue:
- Tenho discos, livros, filmes e alguns rabiscos.
- Tenho vícios de linguagem, rimas pobres, desconexas.
- Tenho uma estrada torta alagada por lágrimas.
- Tenho um pouco de Alice, Werther, Hamlet e alguma personagem de Clarice.
- Tenho um pôr-do-sol para cada dia de tristeza.
- Tenho sorrisos das crianças, que fazem meus lábios abrirem em dança.
- Tenho um outono vivo (eu vivi!), e uma lembrança de que parti.
- Tenho um amargo agosto, que se estendeu.
- Tenho um orgulho, que adormeceu.
- Tenho um mundo, e não tenho nada.
- Tenho um coração, pedindo pousada.
- Tenho amor, perdão e medo.
- Tenho noites em claro, que sofro em segredo.
- Tenho uma fé, atrasada.
- Tenho uma cicatriz. Profunda.
São filhos da modernidade, jovens amargurados, poetas do amor puro. Eles não encontram o caminho para casa, se o coração não tiver conforto.
- Tenho discos, livros, filmes e alguns rabiscos.
- Tenho vícios de linguagem, rimas pobres, desconexas.
- Tenho uma estrada torta alagada por lágrimas.
- Tenho um pouco de Alice, Werther, Hamlet e alguma personagem de Clarice.
- Tenho um pôr-do-sol para cada dia de tristeza.
- Tenho sorrisos das crianças, que fazem meus lábios abrirem em dança.
- Tenho um outono vivo (eu vivi!), e uma lembrança de que parti.
- Tenho um amargo agosto, que se estendeu.
- Tenho um orgulho, que adormeceu.
- Tenho um mundo, e não tenho nada.
- Tenho um coração, pedindo pousada.
- Tenho amor, perdão e medo.
- Tenho noites em claro, que sofro em segredo.
- Tenho uma fé, atrasada.
- Tenho uma cicatriz. Profunda.
São filhos da modernidade, jovens amargurados, poetas do amor puro. Eles não encontram o caminho para casa, se o coração não tiver conforto.
"You shall drip rubies."
sábado, 3 de dezembro de 2011
Há tempos ela apareceu, na verdade, procurou-me. Brilhou intensamente, abriu-me à arte, à vocação e aos sabores da vida. Garoto miserável eu era. Só queria ganhar para o pão. Minha habilidade para com ela fez-me vivo. Senti-me alguém pela primeira vez, num mundo que eu tinha repulsa.
Mas declaraste guerra, Lâmina. Como poderei lutar contra ti, que deu-me paz? Porque cortas a mim, agora? Queria dar a outra face, mas está também desfigurada. Que faço eu, diante da tua lancinante dor? Minha Lâmina, com tua precisão, não vês que me fazes esvair?
Queria conseguir guardar-te no fundo daquele velho baú, e tirar umas férias. Mas ainda preciso de ti para a sobrevivência.
Ó Deus do ofício (de amar), ajudai este pobre barbeiro.
Mas declaraste guerra, Lâmina. Como poderei lutar contra ti, que deu-me paz? Porque cortas a mim, agora? Queria dar a outra face, mas está também desfigurada. Que faço eu, diante da tua lancinante dor? Minha Lâmina, com tua precisão, não vês que me fazes esvair?
Queria conseguir guardar-te no fundo daquele velho baú, e tirar umas férias. Mas ainda preciso de ti para a sobrevivência.
Ó Deus do ofício (de amar), ajudai este pobre barbeiro.
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