(Venho puro e ileso.
Mas és tão sedutor!
Qual o preço?)
Tua mente, traga-a; tua vida, agora, arrebatada.
Há uma regra: não pode haver humanidade.
Ficarás duro, não sentirás dor.
Nem remorso, temor.
Ficarás pleno, euforia atravessando o espírito.
Pleno até arrebentar. Pois não poderás sair desta forma
simplória.
Homem, ou máquina de consumo, não haverá diferença.
A criança chorará de fome, a mulher sofrerá dores piores que
a do parto.
Não chegarão as lamúrias a te afetar.
Que esperas?
É a tua tão sonhada glória.
Coloque o preço sobre os outros, ludribrie-se pelas luzes,
pelo aroma do prazer.
Tudo ao teu redor, compráras, conquistarás, terás.
E tua vida?
Perderá a última partícula humana, que dói, que tem
piedade. Que ama.
Glória!