(Poder) Até não mais.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Toma um frasco, uma caixa, uma seringa, uma etiqueta, uma lembrança, um cheiro, uma forma, um preço. Eis a felicidade. Felicidade?
(Venho puro e ileso.
Mas és tão sedutor!
Qual o preço?)
Tua mente, traga-a; tua vida, agora, arrebatada.
Há uma regra: não pode haver humanidade.
Ficarás duro, não sentirás dor.
Nem remorso, temor.
Ficarás pleno, euforia atravessando o espírito.
Pleno até arrebentar. Pois não poderás sair desta forma simplória.
Homem, ou máquina de consumo, não haverá diferença.
A criança chorará de fome, a mulher sofrerá dores piores que a do parto.
Não chegarão as lamúrias a te afetar.
Que esperas?
É a tua tão sonhada glória.
Coloque o preço sobre os outros, ludribrie-se pelas luzes, pelo aroma do prazer.
Tudo ao teu redor, compráras, conquistarás, terás.
E tua vida?
Perderá a última partícula humana, que dói, que tem piedade. Que ama.
Glória!

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