Que primavera é essa oh meu Deus! Dores, de cabeça, de existência, de amor... Gostos, doces, amargos, e sem graça. À espera da luz no fim do que mesmo? A sombra sempre foi acolhedora, pra quem não havia descoberto a beleza dos atos, fatos e sentidos. Essa dualidade de sentimentos e sensações; amor-raiva, cansaço-euforia, desapego-esperança, vai nos arrastando pra um lugar comum em que a única certeza é estar-se deslocado. Mas tentamos. Deslocamo-nos. Pra onde? Eu, particularmente, e por incrível que pareça, em direção à verdade de tudo isso. Em direção daquilo que ainda me encanta, mas que assombra. Memórias que aparecem a todo instante e pedem abrigo na minha mente. Enquanto dou alguns passos à frente, outros pra trás, vou me envolvendo e tentando me desvencilhar. É tudo tão contraditório!
Imagino chegar o dia em que haja só tranquilidade. E temo esse dia! Minhas inquetações estarão sanadas. E eu nem quero isso. Quero viver em poesia, por favor. Quero que as coisas deem certo, e que sejam intensas. Tranquilidade e nada não me resolvem. Enquanto esses tempos vão passando, lá estou, esperando a banda passar, com um coração corroído por aquele “tu” ausente do meu lado.
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